Minha vida é uma nau,
Que em plena tempestade está prestes a virar,
Estou lutando para não deixar ninguém se afogar,
Espero não morrer agora.
Sou a única que pode nadar.
Agora está tudo em minhas mãos,
Não foi dada a mim a chance de errar.
Não importa o que aconteça,
Eu tenho que conseguir,
Não por mim, mas sim pelos outros.
Os que agora contam comigo,
Para ajudá-los a sair dessa escuridão em fúria,
Ó mar em questão por que fazes isso conosco?
O que fizemos a ti para que lhe trouxesse tanto desgosto?
Estou com medo,
Sentimento nunca antes visto por mim.
Temo não conseguir.
Sairei vivo daqui?
Tenho que nadar cada vez mais,
Respirar, tentar me acalmar.
Mas como posso?
Há vidas em jogo.
Jogo que jamais pensei ter de jogar.
Não tenho tempo para pensar, muito menos para me desesperar.
As ondas tentam me afogar.
Quase tudo está perdido.
As coisas jamais serão iguais,
Queria que tudo isso fosse apenas um sonho,
Do qual uma hora eu fosse acordar, estaria seguro em meu lar.
Não tenho como voltar,
Se eu sobreviver e conseguir salva-los,
O que virá?
Perguntas não param de se formular em minha mente,
Mas as respostas se recusam a me encontrar.
Medo do que virá,
Medo de como está.
Meu medo é minha maior fraqueza.
Logo não posso ter medo e tenho que lutar.
Enquanto penso a nau está a desabar.
Deus me ajude,
Quem sabe amanhã,
Um belo dia virá,
E as águas deste mesmo mar, viram a se acalmar.
Mas por agora, luto para não me afogar.